Entre o coração e a razão...

Hoje, depois de uma noite de sono, sinto-me assim. Por um lado orgulhosa e satisfeita com a prestação conseguida ao longo deste últimos cinco jogos, por outro verdadeiramente triste, fula e mal-disposta pelo resultado de ontem que tinha de ter sido outro.
Ao fazer a minha ronda diária pelos blogs dos "famosos" encontrei estes dois textos, d'O Arrumadinho e d'A Pipoca mais doce, que descrevem na perfeição estas duas forças que lutam dentro de mim...

"Ontem, Portugal fez tudo o que podia fazer. Connosco não houve cá tiqui-tacas, posses de bola de 70 por cento, domínio absoluto espanhol. Fomos uma equipa grandiosa, lutador, humilde, mas ambiciosa. Demos tudo frente aos campeões da europa e do mundo, demos tudo contra uma equipa com oito jogadores titulares das duas melhores equipas do mundo, e eles nunca foram melhores do que nós. Não nos fechámos cá atrás a defender, fomos inteligentes, astutos, não os deixámos serem fortes e tentámos assustá-los como pudemos, com cautelas, porque se se joga sem cautelas contras estes senhores é derrota pela certa.
No final, a nossa bola bateu na barra e saiu para fora, a deles bateu no poste e foi para dentro.
Contra isto, não há desilusão possível, há tristeza, claro, há a frustração de ter perdido uma meia-final por dois centímetros, mas não pode haver nada, rigorosamente nada, a apontar ao que a equipa fez ontem."
O Arrumadinho
"Estou um bocado farta desta história da nossa sina e triste fado. É sempre a mesma conversa. Jogámos tão benzinho, e caímos de pé, e somos um orgulho mas, a verdade, é que do quarto lugar não reza a história. (...) Quero lá saber do quarto lugar. Ou do segundo. Eu quero é o título. Eu quero é que vamos todos para a rua berrar e beijar a camisola. Eu quero é comprar A Bola e guardá-la para a posteridade. Uma A Bola que diga "CAMPEÕES", não uma que diga "ai, caraças, que esteve quase". Que merda é esta de ficarmos todos afundados no sofá a ver os outros fazer a festa e a dizer "mas ao menos jogámos bem"? E isso lá serve de consolo? (...) Jogámos, jogámos, jogámos, mostrámos aos espanhóis que bem podem enfiar o tourito num sítio que eu cá sei, que isto não é tudo deles, mas depois nada. Uma puta de uma bola à trave e lá vai tudo à vida. E é assim? Acaba assim? Não há ninguém que nos acuda? Não dá para mandar repetir? Não há como impugnar o concurso? Não pode ser à melhor de três? Ou de cinco? Nada? Não se pode fazer nada? Só podemos sentir a frustração a  baixar em nós? Só podemos encolher os ombros e dizer "ao menos jogámos bem"? Ora que porra. Serve-me de pouco. E serve-me ainda de menos que me venham dizer "calma, que isto é só futebol", "menos, que isto é só um jogo", "não te rales, que eles é que ganham o deles e nós aqui chateados". Como se houvesse outra coisa que unisse tanto o país como a Selecção. Como se houvesse outra coisa que nos arrepiasse mais os pêlos dos braços do que cantar A Portuguesa. (...) Eu queria estar lixada, mas eu estou mesmo é fodida com isto. E quem não está não gosta de bola e/ou não é bom português."
A Pipoca mais doce

E pronto, é isto. Hoje é melhor não mexerem muito comigo que eu estou assim a modos que irritadiça com esta treta toda. E só por causa das coisas hoje vou torcer pela Itália, mas se a Alemanha passar já estou até a ponderar torcer por eles na final só para ter o gostinho de ver aquele tiqui-taca, grande filho da mãe, ir de vela. Duas vezes seguidas já chega, tá? Vão para casa para dar lugar a outros!