Para que a minha vontade fique registada...

Depois do ajoelhar nas Antas e das palavras sentidas de ontem à noite, após a derrota, parece que a possibilidade de sair está na cabeça do treinador do Benfica. Felizmente, parece também que o presidente tem uma ideia diferente. 
Esperemos, queremos, que Jesus fique!
Faço minhas algumas palavras que já li, hoje, por aí:

"Há duas formas para olhar para o que se passou ontem em Amesterdão, e duas formas para olhar para o pós-derrota. Há os que entendem que o Benfica não tem estofo de campeão, que falha nos momentos decisivos, que o Jorge Jesus é o maior culpado, e que depois disto a única solução é despedi-lo (há também quem ache que o presidente o deve acompanhar). Eu sou dos que estão do outro lado.
Não ter estofo de campeão não é perder uma final em que se foi muito superior ao adversário, não é perder dois jogos que pareciam controlados e que descambaram nos descontos, não é chegar a Maio e estar a discutir a liga até à última jornada, estar qualificado para a final da Taça e ter perdido a Liga Europa da forma como perdeu frente ao campeão da Europa. 
Não ter estofo de campeão é chegar a Janeiro e estar arredado de tudo isto, é ver estes jogos do sofá, é ter objectivos menores, é tremer em confrontos com todas as equipas, seja o Chelsea seja o Rio Ave. Não ter estofo de campeão é terminar o campeonato com uma série de derrotas e empates, e com vitórias pela margem mínima arrancadas a ferros contra qualquer adversário.
O Benfica, este ano, teve estofo de campeão. Foi enorme na forma como enfrentou quase todos os adversários, dominando praticamente todos eles, dando espectáculo, marcando golos, conseguindo vitórias. Se o Benfica este ano não for campeão (...) não será por demérito próprio, mas por mérito do FC Porto, que fez igualmente um grande campeonato, e soube ser ainda mais forte (com a devida sorte) num instante, nuns minutos. 
O Benfica não ganhou a Liga Europa porque não teve a sorte que é sempre precisa em finais. (...) 
Agora, não é isso que mancha tudo o resto, que me impede de olhar para esta equipa e ver uma qualidade como não me lembro de ver, uma classe europeia, um espírito, uma garra, uma mística que eu sempre ambicionei ver no clube, (...)
Quanto à sorte, é preciso perceber que ela chegará. Não foi no sábado passado, nem ontem, poderá ser no próximo fim-de-semana, na final da Taça ou em jogos decisivos da próxima temporada. Agora, é muito mais fácil ter-se sorte quando se joga bem, quando a equipa tem qualidade, quando o treinador sabe o que faz, sabe o que quer, sabe para onde deve ir.
É por tudo isto que eu defendo que o Jorge Jesus é o treinador certo para o Benfica e que desejo que ele permaneça no clube por muitos e muitos anos. Tenho a certeza de que será campeão e que nos levará novamente a noites gloriosas como a de ontem.
Uma última nota para as insistentes guerras de adeptos. Distingam azia de tristeza. Os benfiquistas não estão aziados, estão tristes. Eu não sinto qualquer tipo de azia, estou triste, embora orgulhoso da minha equipa. E quando alguém está triste, seja por que razão for, é desaconselhável que lhe apontem um dedo ao nariz e soltem gargalhadas. É feio e desrespeitoso. O argumento de que outros o fizeram no passado não serve, ou, pelo menos, não serve para todos. (...)
Domingo há mais uma final. E lá estarei ao lado destes jogadores. Acredito que nos esperam coisas grandes, muito em breve.
Força Benfica."
Ricardo Martins Pereira (daqui